No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta terça-feira, 5 de junho, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) deu início a campanha para mostrar os esforços e os desafios dos governos locais com o tema. Enquanto a campanha nacional alerta para a necessidade de reduzir a produção e o consumo de produtos plásticos descartáveis, a entidade municipalista trabalhará a temática Municípios Lixo Zero: um desafio para todos.
Encabeçada pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data propõe somar esforços em todo o mundo para combater o lixo marinho, inclusive a poluição plástica, e mobilizar todos os setores da sociedade global no enfrentamento deste problema. A ONU indica o consumo de até 5 trilhões de sacolas plásticas em todo o planeta; a compra de 1 milhão de garrafas plásticas a cada minuto; e a chegada de pelo menos 13 milhões de toneladas desse material nos oceanos, anualmente.
Nesse contexto, a Confederação reforça que, se não houver esforços conjuntos dos governantes e de toda sociedade, a universalização do saneamento básico levará mais de 100 anos para ocorrer no país, isso se for mantido o investimento médio da União em R$ 2 bilhões/ano. Uma pesquisa promovida pela CNM, divulgada ano passado, mostrou lentos avanços na redução da disposição inadequada de resíduos em lixões e aterros controlados. Passou de 50,6% em 2015 para 48,01% em 2017.
A redução do número de aterros sanitários também não foi muito animadora, apenas 0,8% de 2015 para 2017. Outros dados da Confederação mostram ainda que 83,3% dos brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada, mas apenas 44,92% dos esgotos coletados são tratados. E é por conta dessa realidade que se faz necessário mais investimento por parte da União, como previu o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), criado em 2013.
Pelo Plansab, o Brasil deveria universalizar os serviços de saneamento básico, até 2033, que englobam o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, o manejo de resíduos sólidos e a drenagem de águas pluviais. O custo para isso foi previsto em R$ 508 bilhões, sendo 59% desse valor de responsabilidade da União. No entanto, a CNM ressalta que também é preciso mais agilidade no acesso a verba pelos Municípios, além de maior conscientização e de drástica mudança social, em relação ao tema e suas implicações, como poluição do solo e dos mares. E por isso, mobiliza a Semana Nacional de Meio Ambiente.
Lixo zero
Não só chamar atenção para o cenário posto acima, a Confederação também incentiva a promoção de ações e políticas que promovam melhoras práticas e tecnologias de gerenciamento de resíduos sólidos. A entidade é parceira do 1º Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, que reúne lideranças e especialistas nacionais e internacionais para disseminar o conceito Lixo Zero e unir os integrantes da sociedade em busca desse objetivo comum.
Durante o evento, que ocorre de hoje até dia 1 de junho, em Brasília, será apresentado um simulador que mostra aos gestores públicos os gastos de seus Municípios com lixo e como sairiam ganhando caso adotassem o conceito lixo zero.
Portal CNM